O presidente do Sp. Braga vai para a 11.ª época à frente do clube. A saída de Jardim obriga-o a ter de começar outra vez do zero. O incrível é que a equipa parece (quase) sempre superar-se.
A iminente saída de Leonardo Jardim do banco do Sporting de Braga deixa o presidente do clube minhoto numa situação difícil, mas não inédita. O abandono do treinador madeirense parece ser mais uma repetição do que tem sido a história recente dos bracarenses desde que Mesquita Machado deixou a cadeira da presidência em 2002.
Tal como Sísifo, personagem da mitologia grega condenada a repetir sempre a mesma tarefa de empurrar a pedra até ao topo da montanha só para a ver rolar colina abaixo novamente, António Salvador passa pelo ritual de mudar de treinador quase todos os anos e tentar levar o Sp. Braga lá acima.
O líder bracarense, de 41 anos, parte para a sua 11.ª temporada no clube e deverá iniciar a época com um técnico diferente pela oitava vez. Salvador parece ter cometido o mesmo erro que o mais sábio e prudente dos mortais, que foi Sísifo. Este, ao revelar o seu segredo aos deuses gregos, ficou condenado eternamente.
O presidente do Sp. Braga não gostou de uma entrevista de Jardim [ver outro texto nestas páginas] e a bomba estalou, levando a um impensável divórcio face à temporada que os bracarenses realizaram (terminaram em terceiro lugar).
A ligação entre treinador e clube, que tinha ainda mais dois anos de duração, foi dinamitada, levando o presidente do Sp. Braga a recomeçar tudo de novo. É esta a condenação do presidente "arsenalista".
Foi assim na sua época de estreia, com Fernando Castro Santos, e seguiu-se com Jesualdo, Carvalhal, Jorge Costa, Jesus, Domingos e agora Jardim. Todos iniciaram um projecto que não terminaram e saíram de costas voltadas. Até Rogério Gonçalves (substituiu Carvalhal) e Manuel Machado (para o lugar de Jorge Costa), que não terminaram as épocas em que entraram a meio (ver quadro).
Só falta o primeiro lugar
Apesar deste início sinuoso a cada temporada nova, a equipa do Sp. Braga parece conseguir superar-se. Foi assim na primeira época de Jesualdo, quando sucedeu a Fernando Castro Santos, alcançando um inédito quinto lugar; Carvalhal conseguiu ainda melhor e chegou ao quarto posto.
Jorge Jesus, em 2009, foi quinto e superou Jesualdo. Mas melhor fez Domingos, alcançando um histórico segundo posto na Liga portuguesa. Tudo isto nas épocas de estreia de cada um.
Agora, foi Jardim. No seu primeiro ano no clube, meteu-se entre os três "grandes" e ocupou o último lugar do pódio, batendo o Sporting. Salvador conseguiu nos últimos quatro anos ocupar todos os lugares de topo, excepto o primeiro.
Quem será o senhor que se segue? Desta vez, Salvador que nem sequer quis entrar na foto de arranque da temporada com o plantel e a equipa técnica, deixou ontem no ar a hipótese de ter de escolher outro técnico. "Neste momento, [Jardim] é treinador do Sp. Braga. Se pode estar de saída? Todos os cenários são possíveis."
Noticia do Jornal Público
Czar Priamoi
1 comentário:
Força Braga
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