Quem não esteve distraído e se manteve atento aos diversos serviços noticiosos após o jogo com a Coreia do Norte percebeu claramente que o País entrou em estado de euforia por causa da goleada por 7 a 0, imposta aos orientais. Parece que a Fase Final do Campeonato do Mundo de Futebol terminou e Portugal se sagrou campeão!
NADA MAIS DEPRIMENTE!
Começou nos adeptos e alastrou-se pelos meios de Comunicação Social, que transmitiram notícias atrás de notícias sobre o jogo e respectivos festejos, fazendo rondas por várias cidades portuguesas e europeias, passando pela África do Sul, Brasil, Estados Unidos, Luxemburgo e terminando no Deserto do Neguev, terra dos Beduínos, que ocupa 60% do território israelita, mostrando rituais e festejos à hora do jogo; esperanças, desejos e previsões para o desfecho final.
NADA MAIS DEPRIMENTE!
Começou nos adeptos e alastrou-se pelos meios de Comunicação Social, que transmitiram notícias atrás de notícias sobre o jogo e respectivos festejos, fazendo rondas por várias cidades portuguesas e europeias, passando pela África do Sul, Brasil, Estados Unidos, Luxemburgo e terminando no Deserto do Neguev, terra dos Beduínos, que ocupa 60% do território israelita, mostrando rituais e festejos à hora do jogo; esperanças, desejos e previsões para o desfecho final.
Por favor, estamos a falar de uma das equipas menos cotadas entre as presentes na fase final a disputar na África do Sul!!!
Parecia um jogo-treino ou um jogo de Séniores contra Iniciados. Um jogo de uma equipa experiente recheada de estrelas mundiais contra uma equipa de ilustres desconhecidos, que não jogou em bloco defensivo como fez contra o Brasil, antes tentou abrir uma frente de ataque, por vezes, com 4 jogadores.
Todos os deprimidos, todos os incrédulos, todos os prejudicados pelas recentes políticas e politiquices, todos as vítimas da "crise", das injustiças, dos roubos de colarinho branco e das guerras que vêem num jogo de futebol a esperança de mudança para as suas vidas, estão mais perdidos do que julgavam. São felizes no momento da vitória, mas, após o apito final, volta a guerra, a fome, a depressão, o desemprego, as portagens nas SCUT (pela calada!), a subida dos preços dos combustíveis, os despedimentos colectivos, o encerramento de maternidades e de escolas, o aumento dos impostos, etc.!
Bem, pelo menos vivem 90 felizes minutos, seguidos de mais duas ou três horas de euforia, com festejos e abraços, cantorias e romarias, até voltarem a casa ou ao trabalho e aos seus afazeres do dia-a-dia.
Todos os deprimidos, todos os incrédulos, todos os prejudicados pelas recentes políticas e politiquices, todos as vítimas da "crise", das injustiças, dos roubos de colarinho branco e das guerras que vêem num jogo de futebol a esperança de mudança para as suas vidas, estão mais perdidos do que julgavam. São felizes no momento da vitória, mas, após o apito final, volta a guerra, a fome, a depressão, o desemprego, as portagens nas SCUT (pela calada!), a subida dos preços dos combustíveis, os despedimentos colectivos, o encerramento de maternidades e de escolas, o aumento dos impostos, etc.!
Bem, pelo menos vivem 90 felizes minutos, seguidos de mais duas ou três horas de euforia, com festejos e abraços, cantorias e romarias, até voltarem a casa ou ao trabalho e aos seus afazeres do dia-a-dia.
Até voltarem à vida!
Aqueles que jogaram e ganharam a uma equipa bem mais fraca, bastante mais limitada, com menos recursos físicos e humanos, posicionados praticamente no fim do ranking que ordena as selecções (sabe-se lá como é que Portugal subiu do 4.º para o 3.º lugar sem ter jogado!?!), ganham milhares de euros por dia, milhões por ano.
Aqueles que jogaram e ganharam a uma equipa bem mais fraca, bastante mais limitada, com menos recursos físicos e humanos, posicionados praticamente no fim do ranking que ordena as selecções (sabe-se lá como é que Portugal subiu do 4.º para o 3.º lugar sem ter jogado!?!), ganham milhares de euros por dia, milhões por ano.
Os que torcem por eles, na sua maioria, demorariam 1 milhão de dias a juntar essas fortunas incomensuráveis. Está tudo de pernas para o ar... tudo de cabeça no ar... à espera de poder gritar, cantar ou soprar (nas cornetas africanas!).
Este País, como outros, vive uma perigosa euforia, uma alegria camuflada, que, ao mínimo deslize dos tipos da fita no cabelo, dos brinquinhos com diamantes e tatuagens personalizadas - os tais de autógrafo difícil (talvez os únicos!), mergulhará profundamente nas suas crises e tristezas e verá a esclarecedora luz da razão mostrar que o Mundo não está para "futebóis"... antes está para os "boys"!
Não pensem que a minha alegria vem da depressão colectiva! Não! Nada disso! A minha alegria vem do sol de cada dia, mesmo que chova ou esteja cinzento... A minha Felicidade vem do sorriso dos meus! A minha tristeza vem da cegueira daqueles que pedem a venda para os olhos; daqueles que tapam o sol com a bandeira de uma equipa que hoje até foi nacional, mas só até ao 4.º golo...
Afinal apenas ganharam um jogo... era o mínimo que tinham de fazer!
Desta vez cumpriram o dever!
Czar Priamoi
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